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sábado, 7 de setembro de 2013

Dia da Independência

Lembro da minha primeira “parada”. Era assim que se chamava o desfile do Dia da Independência. Eu fazia a quarta série do primário e só a partir desta idade, mais ou menos dez anos, era permitido desfilar.

À tarde do dia seis iniciei meus preparativos, engraxando os sapatos pretos, até ficarem brilhando. As meias pretas de 3/4 foram postas e esticadas sobre uma das banquetas do quarto; em cima de outra uma calça comprida azul, com vincos perfeitos e num cabide, a camisa branca de manga comprida, com a logo no bolso, onde se lia o nome da minha escola. Era todo o uniforme.

Dois meses de treinamento de marchas e fanfarra acompanhando, além das professoras inseminando-nos um patriotismo maravilhoso, onde o gesto de desfilar na “parada” era explicado como um tributo à nossa Pátria (em maiúscula mesmo), nosso berço, que deveria ser reverenciada e defendida com a própria vida.

Depois desta primeira “parada”, todos os outros hasteamentos de bandeira que se faziam diariamente no pátio da escola, passaram a ter um significado tão importante para mim, que me emocionam até hoje.

Independência ou Morte: gritou Dom Pedro I às margens do Rio Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822
Àquela época, percebo hoje, já existiam políticos demagogos. Mas eles sabiam arrebatar as plateias. Eram cultos, usavam o discurso para nos enlevar. Tinham respostas para os adversários e para as questões dos eleitores.

Os políticos dos nossos tempos continuam demagogos. Só que sem cultura. Ao participarem de comícios e debates, conjugam verbos estranhos, não sabem o que responder e saem pela tangente, alguns mudos, outros calados.

Será que o patriotismo não está em declínio, porque temos políticos incompetentes? Não será que estamos confundindo Pátria com esses pretensos donos dela? Porque será que eles se apossam ditatorialmente de seus cargos, sem ver que são nossos empregados?

Tenho certeza de que tudo isto ocorre, porque estamos ficando cada dia mais politicamente incultos, fechados. Estamos deixando, por omissão, que verdadeiros zé manés se candidatem e exerçam o mandato em nosso nome.

No fundo mesmo, o que estou esperando para este Dia da Independência, é que consigamos refletir sobre estes problemas e nos comprometamos com o patriotismo que ainda nos resta, de forma a buscarmos o melhor para nossa cidade, que ainda é dependente em ignorância política, sobretudo.

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