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sábado, 15 de setembro de 2012

Ingratidão de Filho

Certa vez, isso há muitos anos, em um funeral de um pai de família, ouvi o padre dizer ao filho para que se aproximasse e desse o ósculo, o último beijo no pai que ia descer à campa fria. O filho, que até então não chorara a partida do pai, relutante, aproximou-se, beijou-o e a seguir desatou numa crise de choro, um choro incontido, desesperado e amargo.

Perguntaram-lhe o porquê daquilo, ao que ele respondeu: “Esse não é o último beijo, mas sim o único em toda a nossa existência...”. Coisas da vida que só afloram na hora da morte... Ter um filho ingrato é mais doloroso que a picada de uma serpente.

Filhos: não há de que lamentar o tê-los perdido, ou melhor, de eles primeiramente nos haverem abandonado. 
Apesar de termos filhos naturais, comprovaremos no decorrer da vida, que muitos são desnaturados. Os “filhos” ingratos que nos abandonam não são dignos de nosso amor e lembrança, razão pela qual não devemos nos preocupar, pois não poucas vezes no decorrer da vida nos enganamos a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido, ou melhor, de eles primeiramente nos haverem abandonado. 

A gratidão não deve ser enxertada; é algo que deve brotar de um coração de forma genuína, fluida e espontânea, gratidão é lembrança, é trazer algo de bom à memória, à vida.

Ingratidão, ao contrário, é sepultamento pleno e cabal, é esquecimento, é memória curta, é reversão de rumo, perversão de caráter, mudança de valores e de prioridades, traição e aleivosia que pode ser revista, repensada e perdoada.

A ingratidão, em suma, é um cancro, câncer moral no combalido organismo familiar e restrito círculo de amizades; a ingratidão é filha do egoísmo, e o egoísta topará mais tarde com pessoas e corações insensíveis, como o seu próprio o foi.

E pensar que isto nunca aconteceria comigo... Mas aconteceu...

Se é que existe um Deus, Justo e Amoroso, hei de apresentar-lhe um Dia, as lágrimas que este coração de pai verteram de forma secreta, ao longo destes anos, para que Ele (DEUS) então possa, sopesar e julgar com Retidão e Equidade.

Filha: Quer um conselho? Deixe a soberba de lado e volte a dar aquele abraço apertado enquanto você ainda pode e não tenha medo de dizer um muito obrigado.

Esse é o lenço que seu pai ainda espera…

Me desculpem pelo desabafo.

Um comentário:

  1. Muito lindo o post, precisamos fazer enquanto temos os pais vivos, depois nao ha o que fazer.

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