A repórter Roberta Paduan conta que a Vale associou-se ao empresário israelense Beny Steinmetz para explorar a mina de Simandou, “a maior reserva de minério de ferro inexplorada do mundo”.
A Vale investiu 2,5 bilhões de dólares no “empreendimento”, e, além de enfrentar concorrentes poderosos, como a australiana Rio Tinto e a chinesa Chinalco, pode sair da Guiné (África) sem faturar nada e com um prejuízo gigantesco.
A mina virou, para a Vale, um pesadelo. Quem vai pagar o prejuízo gigantesco da empresa brasileira? O contribuinte, mais uma vez?. O presidente da Guiné, Alpha Condé, só aceita conversar com os executivos da Vale se o israelense Beny Steinmetz for afastado do negócio.
Simandou - Guiné - África - A maior reserva de minério de ferro inexplorada do mundo |
Para piorar, o BTG Pactual, dirigido por André Esteves, e Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, negociam com o governo da Guiné — que está falido — uma participação no empreendimento. Esteves e Agnelli evidentemente jogam contra a Vale.
A imagem da Vale no país é negativa, pois teria emprestado veículos para o Exército atacar trabalhadores que saquearam o acampamento da empresa.
Na extensa lista de problemas que o presidente da Vale, Murilo Ferreira, administra desde que chegou à empresa, em maio de 2011, está a pendenga dos royalties com o Departamento Nacional de Produção Mineral, que acusa a mineradora de ter recolhido durante anos valores abaixo do devido.
No início de setembro, a empresa anunciou a provisão de 1,4 bilhão de reais, sinalizando que está prestes a fechar um acordo com o governo. A perda, apesar de enorme, ainda fica abaixo das contas do governo, que calculava a dívida em 4 bilhões de reais.
Obras da Vale na disputada reserva de Simandou - Guiné - África |
Outro problema que tira o sono de Ferreira é uma cobrança da Receita Federal, que alega que a Vale passou anos recolhendo menos impostos sobre o lucro de suas subsidiárias no exterior. Nessa conta, a Receita cobra 30 bilhões de reais da mineradora, outro pesadelo para a companhia, que está longe de ser resolvido.
Diante dessas mudanças na orientação, qual será a reação da Vale aos problemas na Guiné? O tempo joga contra a empresa. Até abril de 2013, a mineradora tem de pagar os 2 bilhões de dólares restantes ao sócio israelense. Caso não pague, sua participação no projeto será diluída dos atuais 51% das ações para 10%.
Se decidir seguir adiante e pagar o prometido, terá ainda de investir, em conjunto com Steinmetz, outros 8 bilhões de dólares para explorar a mina de Simandou. Segundo a revista "Exame" apurou, a chance de que isso aconteça é baixíssima. A Vale quer acordar, o quanto antes, de seu pesadelo na Guiné — e isso, hoje, talvez signifique ir embora.
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